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Pergunto-me como devo viver a minha vida.
Devo aproveitar cada momento como se fosse o último e fazer todas as vontades que aquele segundo me pede? Ou pensar em cada consequência e agir sempre cautelosamente? Será que se eu escolher a 2ª opção não estarei vivendo pela metade? Ou será que é a 1ª que nos deixa sem rumo, dando tropeços e sofrendo arranhões? E será que vale a intensidade da paixão, do momento e da entrega, quando depois vem a rachadura profunda debulhando intensidade na dor? Vale à pena viver momentos de felicidade plena, mesmo entrando em um obscuro labirinto? Temos a opção da escolha, o livre arbítrio. Mas, que merda de livre arbítrio! Às vezes - quase sempre - eu queria que algum ser poderoso viesse além do universo do ser humano e me dissesse: "é assim que se deve seguir". Aaah, que alívio! Na verdade, a liberdade de escolha em vez de me libertar, me congela, me paralisa. Fico na indecião da decisão, no tempo infinito e torturante do "ter que escolher". Entro numa grande contradição, do ir ou não ir, do 'ser ou não ser', do se entregar ou se recolher... Vale à pena se resguardar, ser cautelosa, e nada de emoção ter? Ou será que podemos sim ter intensidade sem entrega total? Se isso pode acontecer, eu não faço a menor idéia de como.
. Odeio o meio-termo .
Pra quê fazer tudo pela metade, sem vontade? Pra quê viver aquela coisa sem intensidade, sem paixão...? Tudo acaba virando um resto, um lixo de alguma coisa o qual junta um monte de baratas nojentas, e só o que te resta nesse resto é jogá-lo fora.
Prefiro viver algo forte e VIVO, mesmo que depois eu seja obrigada a matá-lo me debulhando em lágrimas.
Prefiro entrelaçar minha mão à uma paixão incontrolável, mesmo depois tendo que me contentar somente com a compania das minhas olheiras, pijamas, e mãos vazias.
. Adoro o caminho do meio .
É ele que eu tento seguir. Para quem já tem idéias estabelecidas e inquebráveis dentro de sua cabeça, pra que lhe serve o ato de PENSAR?
Não sou computador. Não sou programada, não sou organizada, não tenho pensamentos fixos. Jogo pra lixeira tudo que eu quero jogar, mas aí se eu quiser de volta, resgato o arquivo. Ando pelo caminho do meio porque ele é a minha casa, é nele que eu me encontro. Entendo todas as idéias, filtro todos os ensimentos, compreendo todos os lados. Cada ação tem um porquê, assim como cada pessoa tem uma vivência. Não existe o BEM e o MAU, o ERRADO e o CERTO. O caminho do meio é o balanço entre tudo... É raciocinar e pensar num todo, olhando amplamente a vida. É o oposto da radicalidade, da irracionalidade.
Compreender é um dom do ser humano. Se a gente não usar, quem vai usar por nós?