
O giz de cera azul desenhava as letras
E ela tentava, delicada, alinhar as linhas
Na parede não-uniforme
Do apartamento não-retilíneo
E a dificuldade se estendia a cada abaixada
E a cada agachada, um equilíbrio
E a cada traço, uma palavra
E no rodapé, um suor...
Ao término, orgulho
Leu a nova estampa do corredor
Letras pra quem passasse passageiro
Poesia pra quem parasse, passageiro
Ousou, escreveu, criou
Olhou, leu, reparou
Entendeu.
Que corredor era aquele?
Onde teria escrito tanto amor?
Com qual permissão?
Pichadora amadora
Escrevendo escondida
No apartamento do vizinho.
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7 comentários:
todos nós temos esses dias. como jogar nossa raiva ou amor numa parede, mesmo que seja para incomodar os outros!
belo!
muito foda!
Muito bonito o texto =)
te entrevistei hoje na UVA e resolvi dar uma passada nos blogs de vocês para ler o que escrevem...estão de parabéns!
não esqueçam de me mandar o e-mail, por favor
beijos!
fred cochrane
... e a menina se cansa de tanto amor ... e deseja suar além da parede ...
phophynhow... :P
Queria poder pichar o muro da casa dele também, mas milhares de poesias que foram escritas e permanecem dentro de uma gaveta.
Eu não conhecia esse blog, muito legal, cheio de cultura, poesias e com um conteúdo inteligente.
Parabéns.
Adorei... aqui dá para ver que foi uma crianças feliz. E que a solidão dessa criança ainda está aí, na mulher. Obs:. Deveria fazer uma feedburner, para ter seus readers. Assim a gente se cadastraria e receberia suas publicações do blog diretinho no nosso email. Bjokas! XB
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