quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pra você, branca de neve.

Quase morta, porém sentada
Ouvia a poesia musicada
Vinda da boca de, veja quem - era só o que lhe faltava!
Dessa afinação irritantemente feminina
Que lhe dói mais que faca afiada
E arranha mais que unha de gato

Quase aos berros, porém calada
Socialmente e totalmente obrigada
Boneca de olhos grandes
Pele branca e cachos pretos
Arregalada em silêncio
Contida a quem não devia

Quase em fúria, porém moldada
À coerência - maldita coerência
Não batia palmas
Não sorria e nem cantava
Posada, podada, lacrada
Num ritmo próprio
E totalmente descompassada...

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6 comentários:

Marcelo Mayer disse...

uma bela retórica poeticamente eloqüente, ou sei lá oq isso significa.

enfim! belo!

Ma'S disse...

Muito lindo.
amei ;*

Lara Gay disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lara Gay disse...

... tanta dor escapando pelos olhos, o suor frio escorrendo feito pranto, engolindo seco algumas notas que maltratam seu peito branco, de neve, de leve. ninguém sabe o que segurava aquele olhar, o que desesperava naquela alma. alguém segurou a mão da branca, sentiu uma força vindo de dentro, alguém acalmou aquela ferida aberta, sangrando, pra todo mundo vê, pra todo mundo ouvir, pra todo mundo crê.

era você.
obrigada.

pra você, pata ... o maior amor do mundo.

Unknown disse...

Adorei o ritmo e o descompasso. Poesia tão doce, sincera, e engraçada! rs Adorei, Ju!!! Bjim XB

A. Le Savoldi�� disse...

...bravo!
descrição poeticamente afinada... que coisa mais linda! doída, amada.